sexta-feira, 16 de novembro de 2012

C'est La vie, C'est terrible!


Nascemos. O primeiro choro é o romper das membranas que até então encobriam nossos pulmões. O ar inalado é o sinal que daqui por diante teremos que fazer isso sem ajuda de nossa mãe. Começa nossos 15 minutos de fama! Recebemos mimos de todos os lados. Tudo que fazemos é motivo para risos, gracejos, com direito a fotografias, filmagens... Todos os parentes vão até nossa casa só para nos ver. Crescemos, outras crianças nascem e logo os holofotes vão para  outro lugar. É o fluxo vital!
  Chegamos à fase do explorador. Tudo chama nossa atenção, a curiosidade a flor da pele! Primeiros passos; como lutamos por isso! É o primeiro passo de uma coisinha chamada liberdade, lutamos por ela antes mesmo de existir e não sabemos! Queremos explorar, ao máximo, o desconhecido. Medo é uma palavra que não existe até o presente momento.  Corremos perigos, como achamos interessante encaixar do prego na tomada. Encaixe esse perfeito! Como os adultos não pensaram nisso antes? Somos um gênio!
  Já andamos com nossas próprias penas. Ensaiamos as primeiras palavras, e nos recusamos a comer com o auxílio de outra pessoa, podemos fazer isso muito bem sozinhos. Somos pseudoindependentes. Precisamos ir à escola! É trágico ver sua mãe indo embora e te deixando para trás, é só a primeira de muitas despedidas que a vida nos reserva. Fazemos xixi nas calças, choramos, mas não tem acordo. Rapidamente nos acostumamos, fazemos nossos primeiros elos de amizade, muitos perpetuarão por toda nossa vida. Aprendemos a documentar o que falamos e pensamos... A escola é o máximo! A cada dia queremos ser uma coisa diferente. De início queremos ser professor, é a profissão que mais admiramos; comandar uma sala é mesmo algo muito bacana. Daí na outra semana queremos ser médico, na outra músico, cantor, jornalista... E todas as profissões que existirem! É o momento que mais sonhamos!
  Somos adolescentes.  Nessa fase que os hormônios mais fervem! Formamos nossos primeiros grupos de amizade. Conhecemos termos como Primeiro beijo, primeira vez, preservativo, pílula... É tanto primeiro isso, primeiro aquilo que dá um nó na cabeça. Surgem as cobranças.  A idade começa a andar, precisamos estudar para o vestibular, ter um futuro garantido. Nossos pais falam todos os dias. Conhecemos nosso primeiro amor, o sexo. Somos deturpados! É tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, são tantas adaptações, que às vezes achamos que iremos enlouquecer. Mas sobrevivemos perfeitamente a tudo. Sofremos pela primeira vez! A-M-O-R, nos faz mal, mas é tão necessário.  Sonhamos com os 18 anos, em nossa cabecinha essa idade significa independência total, planos: trabalhar, morar só, percorrer o mundooOooOoo. São os anos que mais nos iludimos!
  Estamos quase adultos! Entramos na faculdade, não gostamos do curso, trocamos, trocamos novamente, uma hora achamos algo que nos realize. Enquanto isso nossos pais reclamam por que não sabermos o que queremos da vida. Ela começa a nos castigar, temos que carregar o mundo nas costas, e não fomos treinados para isso. Trabalhar e estudar é complicado. Chegamos aos 18 anos e toda aquela ideia libertária nos parece líquida agora, assim como outras coisas. Estamos sufocados. Muitas vezes trabalhamos com o que não gostamos, somos infelizes na maior parte do tempo. Todo aquele encanto que tínhamos antes vai se desfazendo. A vida se mostra dura! E não estamos preparados para isso. O destino, aos poucos, nos afasta dos nossos amigos. Raramente todos têm tempo para sair, rir, relembrar a infância, ser feliz! Quando esses poucos momentos acontecem são únicos.  A vida é sofrida!
  Casamos! E com esse contrato vêm os filhos, contas e mais contas. O salário é pouco para tanto custo. Por vezes achamos que iremos surtar de vez! Mudamos de lado: agora somos os pais, o ciclo recomeça. Somos exemplo. E todo aquele besteirol e utopias da adolescência deixamos de lado para que sejamos respeitados. Nosso lado profissional atinge o nível máximo. Somos felizes.  Choramos. Rimos. Brigamos. Tudo acontece ao mesmo tempo, e os dias se passam tão rápidos que quando percebemos já é natal, família reunida à mesa.  O casamento entra em crise! Casamos novamente. Temos mais filhos. Talvez nos separamos e recasamos muitas e muitas vezes. Sempre queremos buscar a felicidade, mas chega uma idade que ela é efêmera por demais. Somos inconstantes!
 A velhice chega. Cansados da vida. E percebemos isso quando vemos as pessoas que amamos, pessoas que fizeram parte de momentos especiais em nossa vida nos deixarem. Dizemos adeus a nossos pais, é o momento mais trágico de nossas vidas. Como viver sem quem nos protegeu até então? Temos medo de fracassar. Amigos também se vão! Estamos sozinhos no mundo, os filhos estão ocupados fazendo suas vidas, conquistando seus objetivos! Resta-nos a lamentação. Mas podemos fazer diferente. Nunca é tarde para recomeçar, inventar um novo percurso e encontrar uma nova felicidade. É melhor arriscar a ter que viver os últimos dias sendo um velho amargo que reclama de tudo! Morrer não é tão ruim quanto se pensa, principalmente quando olhamos para trás, e vemos desde lá do comecinho tudo que fizemos! E se foi bom, só cabe a cada um de nós responder...

Um comentário:

  1. Segue meu blog aih pelo seu

    http://www.apapenas.blogspot.com.br/

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