segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Lembranças de uma mente vazia. Capítulo I, parte II

É deprimente vê-la em tal situação... Vencida pelo cansaço ela adormece e não vê quem entrou na sala.
Uma mulher loira; gorda; alta; aparentando cinquenta anos e vestida com uma bata branca empurra a grande porta de madeira. Nas mãos ela carrega uma bandeja de prata. Uma enfermeira, se bem que sua roupa está muito suja e velha para ser farda de tal profissão!
A “gigantona” fala algo que não se pode compreender. Idioma esquisito esse falado por aqui.
Ela aparenta mau humor.
A enfermeira continua falando; parece ser códigos. Ela olha indiferente para moça largada no chão. Essas paredes manchadas são de causar ânsias de vômitos. Mesmo com uma péssima iluminação, é possível enxergar alguns desenhos nas paredes... Mãos, manchas de sangue... Sangue velho!
Com seu linguajar indecifrável, ela se aproxima do corpo e injeta algumas seringas. Depois aperta firme o pulso da mulher e rosna algumas coisas...
Após a mulher loira sair da sala com seus passos aterrorizantes, entra um velho arrastando uma balde. Sem o mínimo de compaixão, pelo ser humano, ele despeja água fria no corpo ali jogado.
O que já estava difícil de entender agora está pior!
Ambos que passaram por aqui agiram como se não tivesse ninguém nessa sala. Parece que esta mulher, bem aqui deitada em condições alarmantes, está invisível. Eles pareceram estar acostumados a fazer isso.
A frieza com que eles agiram é de doer à alma de qualquer pessoa. A mulher continua largada no chão. Com muito frio ela começa a tremer... Sua respiração vai enfraquecendo aos poucos. As mãos dela começam a bater no chão como se tivesse afastando algo... Agora as mesmas mãos se chocam contra o corpo.
 Alucinação...
Ela quer falar algo... Suas expressões faciais são de medo. Ela simula estar fugindo de alguém...
Medo... Grito... Mãos espalmadas... Terror!
“Paulo, cuidado!”
Quem é Paulo? Por que ela chamou por esse homem?
Após chamar por esse nome, ela fica calma. Adormeceu outra vez. Não dá para entender de onde vem tanta força, pois, ela está sem comer a muitos dias... Tinha alguma coisa estranha naquelas seringas!



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