quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Cartinha ao papai Noel.

                                                         
Querido papai Noel, tenho nove anos e me chamo Lucas. Sei que o natal está longe, mas resolvi adiantar minha cartinha. Desta vez não quero brinquedos. Estou muito feliz com os que tenho. Com minha família está tudo bem.
Sabe papai Noel, venho pedir um presente diferente, nada material. Venho pedir para o senhor acabar com um negócio que a mamãe chama de miséria. Uma vez estávamos andando na rua e vimos uma criança comendo lixo. Pode parecer mentira papai Noel, mas eu juro que é verdade! Mamãe me disse que aquela criança não tem pai; não tem mãe; não tem família. Ela disse, também, que a culpada de tudo isso era uma tal de miséria.
Poxa, como uma pessoa pode não ter mãe? Quem dá remédio, quando ele tá doente? Quem conta história antes de dormir para ele? Eu não entendo essas coisas papai Noel! Gostaria que o senhor resolvesse isso. Gostaria que o senhor desse uma mãe àquele menino. Deve ser muito ruim viver sem mãe, eu não sei o que eu faria se mamãe não estivesse comigo.
E essa tal de miséria, papai Noel? Não entendi nada que mamãe falou sobre ela. Por que ela destrói as famílias? Mamãe disse que se ela não existisse todos seriam iguais. Onde ela mora, papai Noel? O senhor poderia destruí-la, e só assim o mundo teria paz. Eu posso ajudá-lo nessa batalha, papai Noel. Faremos igual nos desenhos.
Mas papai me disse que não é só a miséria a culpada de tudo. Existe outro vilão, um tal de preconceito, papai Noel. Eu também não entendi nada sobre ele! Não entendo mais nada. Acho que o mundo está cheio de vilões, e eu nem sabia.
Uma vez passou na TV uma guerra num lugar chamado Israel. O senhor já foi lá, papai Noel? Papai disse que fica muito longe, do outro lado do mundo. Não entendo por que as pessoas fazem guerra. Aprendi na igreja que devemos viver em harmonia, como irmãos. Mas papai disse que as pessoas são diferentes, e na maioria das vezes a ambição fala mais alto. Outra vilã essa tal de ambição! A ambição gera o preconceito, segundo ele. Papai me disse que sou muito pequeno para entender essas coisas, mas eu me preocupo muito papai Noel. Onde estão os super-heróis para destruírem esses vilões? Se eu tivesse o telefone do Batman, eu o chamaria para salvar o mundo desse grupo do mal.
Fico muito triste com essas coisas, papai Noel. Eu pensei que o homem-aranha poderia combater todos os vilões do mundo. Por isso escrevo essa carta, quero que o senhor me ajude. O senhor pode chamar todos os super-heróis para esse combate. Acho que só assim poderemos viver em paz, livre de guerras e de crianças, sem mãe, a comer lixo. Eu sou um bom menino, e sei que o senhor vai me ajudar, papai Noel.
Muito obrigado por tudo,
                       Lucas petmercy
                                     Jefferson Piaf

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