quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O ópio do amor


Cantarei o amor... Aaah o amor!
Cantarei o amor tão exaltado pelos poetas românticos
Cantarei o amor de Dirceu por sua amada Marília, oh Marília bela!
Canta, canta minha bela...
Cantarei o amor do bravo Ulisses por sua Penélope, que o esperou por um decênio!
O amor de uma donzela que espera ansiosa pela visita noturna de seu enamorado.
Oh julieta, cantarei teu amor imortal por Romeu!
Cantarei o amor de uma criança por sua mãe!
O amor de um casal de velhinhos que se amam desde a infância.
Cantarei o amor. Não o cantarei mais!
O amor tem morrido como a esperança dos simbolistas!
Vê-se o triste amor escorrer pelas ruas fétidas, rumo ao esgoto. Rumo à escuridão!
Pobre amor, tão jovem e tão triste!
Não cantarei o amor, não mais...


Jefferson Piaf

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